segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Boas lembranças e a gratidão ao povo hospitaleiro de Laje

Nasci e cresci em Laje do Muriaé e mesmo sendo uma cidade bem pequena, sem muito lazer, de um progresso lento, eu amo esta cidade, afinal é a minha terra natal e o seu povo é muito hospitaleiro.

Por Denise Pessoa

Mas, a saudade que sinto são das coisas do meu tempo, do que eu vivi, de tudo que participei ( e como participei...). É de lá que guardo as melhores lembranças da minha vida e elas começam  no Jardim de Infância ( a Tia Heloísa foi a minha primeira professora). Depois vem as ótimas lembranças no Grupo Escolar, o Ginásio Maestro Masini, todos os desfiles cívicos, as festas juninas, os bailes nos feriados e nas férias ( e eles eram famosos, toda a rapaziada das cidades vizinhas ia para os bailes de Laje). Agora me veio na memória o Amâncio na entrada do clube, ele era o porteiro e mantinha a ordem. Aos domingos em que o time do Laje jogava, toda a cidade ia para o campo de futebol e a torcida era fervorosa, era uma festa. Quando o Laje jogava contra o Venâncio, o negócio pegava fogo, rs... A rivalidade era enorme e o campo lotava. Era como ver um FLA x FLU, rs...  

As festas religiosas então,  envolviam toda a população ( aí me vem na lembrança o Sr. José Jauhar, o Sr. Otacílio, o Filúcio, o Gomes), as procissões, as barracas com vendas de salgados para arrecadar dinheiro para a Igreja. Quem não lembra do Sr. José Jauhar gritando: Pastéis, pastéis, pastéis, moça bonita não paga, mas também não leva, rs... Quem não lembra?

A praça de Laje era um dos principais locais  da cidade, mas estou falando daquela praça cheia de canteiros floridos que o Zé Procópio tomava conta pra ninguém pegar nenhuma rosa, rs.. Ah, são tantas lembranças!
Saudades de todos os meus amigos, das nossas conversas ( as vezes sentados na escada do igreja apreciando uma lua cheia), das nossas risadas sem compromissos, dos passeios que inventávamos no morro do cruzeiro, na torre de televisão, na cachoeira, enfim, de uma Laje calma, limpa, tranquila, que ficou no meu passado.

Hoje quando vou a Laje, sinto falta do meu pai na janela de casa me esperando chegar nos feriados e nas férias, de ver a alegria dele em ter a casa cheia com todos os filhos e netos, se preocupando em comprar coisas para agradar a cada um de nós, de acordar com a voz do meu irmão Helvio, perguntando se eu já tinha chegado, se a minha irmã Dalila já tinha chegado, do meu pai chamando os meus filhos para brincarem na praça, de todos nós sentados na calçada de casa conversando e vendo as pessoas passarem...

Atualmente moro em São Luís - MA e quando vou a Laje, já não tem mais o meu pai me esperando, o meu irmão Helvio já se foi e a minha irmã Dalila não vai mais chegar... Agora é só a minha mãe e o meu irmão Zacarias e só tenho a agradecer todas as pessoas de Laje que cuidam dela por mim. Em novembro ela completará 90 anos e continua indo a padaria de manhã e a tarde, ao banco, a feira, ao supermercado, a igreja e sei que todos ficam de olho nela até quando vai atravessar a rua. Já quis trazê-la para ficar comigo, mas ela não sai de Laje de jeito nenhum. Então, obrigada de coração a todos vocês, pois sei que ela está em boas mãos.
Até qualquer dia na nossa pequenina e amada Laje do Muriaé!

4 comentários:

  1. Lindas palavras, de emocionar mãe!!! Doces lembranças!!

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  2. Oi amiga!!!! Que lindo o que escreveu!!!! Realmente nós fazemos parte da História de Laje do Muriaé. Qta Saudade!!!

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  3. COMO ME LEMBRO !!!DENISE ,UMA BONEQUINHA!MUITO LINDA!

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  4. Olá Denise,

    O encantamento da cidade natal surge principalmente quando não estamos lá, ou, ao ler relatos de amigos como se fosse uma semente de recordações germinando e florescendo dentro de um outro lugar mágico: dentro da gente.

    Abraços...

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